Palestra e percurso “A Cidade como Experiência”Profa. Dra. Lilian Amaral (Media lab BR/UFG) | Colaboração da Arq. Letticia Rey (IAB / FAU USP)
“A Cidade como Experiência” ,
tema da palestra|percurso proposto por nós enquanto integrantes da REM SP -
Rede de Educadores de Museus do Estado de São Paulo - tem origem no Curso de
Extensão homônimo realizado no primeiro semestre de 2018 a partir da articulação
de coletivos, instituições culturais e acadêmicas – Mackenzie, FESPSP e Escola
da Cidade para atuar junto ao TCC –“ Território Cultural da Consolação”, fruto
do projeto TICP “Território de Interesse da Cultura e da Paisagem”, vinculado
ao Plano diretor da cidade de São Paulo. A Palestra | Percurso objetivou criar
espaços de encontro, compartilhamento de percepções sobre a cidade e as
relações entre pessoas e o patrimônio cultural de forma a estimular a
apropriação, o debate e a troca de experiências dos participantes. Paralelamente,
trouxemos para a roda de conversa questões referentes à PNEM – Política
Nacional de Educação Museal, recentemente lançada pelo IBRAM e disseminada na
Primavera de Museus. Neste ano o tema proposto pela ação que congrega todas as
práticas em torno dos museus e espaços de memória no país foi “Celebrando a
Educação”. Assim, trouxemos para o grupo de discussão e prática de caminhar
como forma de habitar os espaços públicos e as dimensões da nova Museologia, ou
a museologia social que compreende o território como museu, implicando os
sujeitos e engajando-os na preservação da memória e na definição do que seja
patrimônio para cada um. Desenvolvemos cartografias afetivas em torno das
relações entre os participantes e o patrimônio cultural do Bom
Retiro/Luz/Campos Elísios. Em seguida, caminhamos em duplas tendo um dos
participantes os olhos vendados e o outro, que o conduzia, inventariava,
descrevia tudo o que constituía a paisagem cultural no pequeno trajeto
realizado. No retorno, aquele que permaneceu de olhos vendados na ida, assumia
o papel de inventariante para estimular o caráter investigativo. Nos deslocamos
do Sesc Bom Retiro, que nos acolheu com todos os elementos para nossa discussão
e prática e de lá caminhamos até a Avenida rio Branco pela Alameda Nothman,
destacando elementos da paisagem, tais como instituições culturais, casas
comerciais, vegetação, obstáculos, residências, habitantes, moradores de rua,
tipos de pisos, acessibilidade, paisagem sonora local. Ao retornar para o SESC
Bom Retiro, produzimos pequenos textos que compuseram um relato coletivo acerca
do patrimônio cultural, em que destacamos os aspectos de vitalidade e de
vulnerabilidade do território. O encontro apresentou-se como um potente
instrumento de aproximação entre pessoas, disparador de percepções e afetos, revelando o potencial da cartografia e
da caminhada como dispositivos que fortalecem a conexão dos habitantes e a
cidade, de forma compartilhada, lúdica, dinâmica e propositiva.
Palestra Percurso A Cidade como Experiência. Lilian Amaral
e Lettícia Rey. São Paulo, Primavera dos Museus, Sesc Bom Retiro, Setembro,
2018.
Palestra - Lazer em Instituições
Museológicas: a ação do Educador para a experiência de lazer do visitante
espontâneo em espaços museológicos.
Marina Gouveia
Sou educadora,
portanto defendo, valorizo e celebro a profissão a cada dia. Nesta 12º
Primavera dos Museus pude celebrar a educação museal apresentando minha
pesquisa sobre Lazer em Museus, desenvolvida como trabalho de conclusão do
curso Lazer e Turismo, na EACH - USP. Na pesquisa "Lazer em Museus: a
relevância do Educador para a experiência de lazer do visitante espontâneo"
ressalto a importância do profissional para além do atendimento aos
grupos agendados: foco meu olhar para na influência que o educador pode ter no
momento de lazer, de fruição, de diversão de um visitante espontâneo no espaço
expositivo. Fortalecida pela PNEM, esta pesquisa demonstra quantitativa e
qualitativamente a importância do profissional, pois mensurei, com muito
cuidado, as experiências obtidas em visitas autônomas e mediadas, comparei os
resultados e demonstrei com números e depoimentos que o educador é fundamental
para potencializar o momento de lazer do visitante, transformando-o em uma
experiência única. Ao longo da discussão, os diálogos propostos pelos presentes
perpassaram por assuntos como mediação, suas técnicas e alcances, bem como a
formação multidisciplinar e continuada que o educador deve ter. Além disso,
falamos sobre como o educador pode viabilizar o desenvolvimento mútuo
entrelaçando as experiências, pontos de vista e impressões compartilhadas pelos
visitantes no momento da mediação.
Palestra Lazer em
Instituições Museológicas: a ação do Educador para a experiência de lazer do
visitante espontâneo em espaços museológicos. Marina Gouveia, Museu da Energia
de São Paulo, 2018.
Oficina
"Laboratório de Tradução: Arte e Educação" Fundação Marcos Amaro na
cidade de Itu, SP
Thiago Consiglio
Realizei no dia 22 de setembro, a
oficina "Laboratório de Tradução: Arte e Educação" na Fundação Marcos
Amaro na cidade de Itu, SP. Como início contextualizei o tema da Primavera dos
Museus que está pautada pela Política Nacional de Educação Museal (PNEM) e a
atuação das diversas Redes de Educadores de Museus (REMs) do Brasil para a
construção desta política pública. Depois apresentei brevemente a atuação
recente da REM-SP para iniciar o conteúdo da atividade. Iniciamos nossa
conversa a partir do relato dos participantes sobre as primeiras experiências
que eles tinham memória em visitar espaços museológicos. Conversamos sobre a
relação da educação com os museus e com as obras de arte e a abertura propostas
nessas abordagens, diferentemente de um espaço escolar formal, por exemplo. Na
segunda etapa da oficina, apresentei um recorte da minha pesquisa de mestrado
em Educação para falar da atuação do educador museal enquanto tradutor. De
início então conversamos sobre o que significa tradução no sentido tradicional
e depois conversamos sobre as possibilidades da tradução no sentido
contemporâneo e como a tradução faz parte essencialmente das ações educativas e
das linguagens artísticas. Por fim realizamos uma atividade de tradução das
obras expostas na exposição de arte contemporânea de longa duração da Fundação
e conversamos sobre as interpretações.
Oficina "Laboratório de
Tradução: Arte e Educação". Thiago
Consiglio, Fundação Marcos Amaro na
cidade de Itu, SP.
Silvia Arruda
Expografia acessível - workshop teoria e prática, tendo o espaço
do Museu da Energia de São Paulo como laboratório de experimentação e análise.
Silvia Arruda
Como o Museu tem uma exposição
permanente de longa duração com recursos acessíveis, foi feita uma visita
guiada com os seus educadores. Através de uma sensibilização usando cadeira de rodas, vendas e bengala para
cegos, fizemos o percurso desde a entrada da rua.
Notamos que as entradas não tem
sinalização de rota acessível e o cadeirante que chega pela Al. Cleveland não
tem como acessar pois o degrau não
permite. Precisa dar uma grande volta e entrar pelo estacionamento. No início
da rampa do prédio da exposição há uma tampa com buraco e o corrimão não tem
barra intermediária. As peças com detalhes do prédio para toque estão numa
bancada sem acesso frontal para
cadeirantes. As pessoas vendadas sentiram falta de piso tátil para se guiarem e
legendas/catálogo em braille. No
geral tem boa circulação, piso nivelado, rampas e elevador.
“Expografia
acessível” Workshop teoria e prática, tendo o espaço do MESP como laboratório de
experimentação e análise. Silvia Arruda, Museu da Energia de São Paulo, 2018."
Palestra- 40 museus diferentes em 40
dias.
Profa. Priscila Leonel
No dia 19/09/2018, aconteceu a Palestra
“40 museus diferentes em 40 dias”, no Museu da Energia de São Paulo, como parte
da proposta da REM-SP para a Primavera dos Museus. Neste encontro fomos muito
bem acolhidos pela Luciana Nemes e toda equipe do Museu. Estiveram 5 pessoas
presentes, sendo duas dela da própria instituição, dois ex- alunos meus da Etec
Parque da Juventude que hoje trabalham no MOSB, museu vizinho, e um aluno de
história da USP. Explanei o tema, que é
parte da minha pesquisa da dissertação de mestrado, sobre visitas a museus e
mediação cultural e no fim fizemos um debate, no qual todos trouxeram suas
histórias e experiências de como aproximar o patrimônio e os museus do público.
Foi uma partilha muito rica.
Assim, a palestra abordou a pesquisa que traz como foco uma
experiência de visitação em museus da cidade de São Paulo por meio de um
projeto chamado 40 Museus em 40 Semanas. Com base nessa experiência, foi
possível discutir questões sobre mediação cultural, acesso aos espaços de
cultura e o próprio conceito de museu e para quem essa instituição serve. A
pesquisa leva a uma discussão sobre museologia social e a criação de novos
espaços museais que tragam em seu acervo o cotidiano e a vida das pessoas.
Cabe pontuar a importância de ter refletido sobre o
projeto, pois com esse espaço de reflexão ele ganhou outras dimensões e pôde
servir de exemplo para outras tantas pessoas que anseiam colocar seus projetos
em prática; e mais do que isso, que possa ser um convite para sempre refletir
sobre os processos, pois, segundo Hannah Arendt (1979, p. 34), “todo acontecimento
vivido precisa de um acabamento, sem este acabamento pensado, após o ato, sem a
articulação realizada pela memória, simplesmente não sobra nenhuma atividade
para ser contada.”.
Estes encontros que fazemos pela Rede tem nos
proporcionado estar ao lado dos nossos pares, que anseiam por compartilhar e
mediar os museus e a cultura na cidade. Assim, vejo um grande potencial nas
trocas que realizamos, onde as experiências vividas podem se tornar mais
papáveis e nos inspirar a dar a continuidade nos projetos, alimentando essa
rede e fortalecendo nossa prática, seja no museu ou na sala de aula do curso de
museologia. Inspiramo-nos uns aos outros e permitimos que essa energia da
mediação cultural se espalhe e ganhe novos corpos.
Muito bom!
ResponderExcluir